Asfixia do Invisível. Imagens produzidas em câmera digital. Impressão de imagem digital a partir de dispositivo fotográfico, 18,5 x 54,5 cm. 2023.
Asfixia do Invisível. Imagens produzidas em câmera digital. Impressão de imagem digital a partir de dispositivo fotográfico. 18,5 x 54,5 cm. 2023.
Asfixia do Invisível. Imagens produzidas em câmera digital. Impressão de imagem digital a partir de dispositivo fotográfico. 18,5 x 54,5 cm. 2023.
Asfixia do Invisível. Imagens produzidas em câmera digital. Impressão de imagem digital a partir de dispositivo fotográfico. 18,5 x 54,5 cm. 2023.
Asfixia do Invisível. Imagens produzidas em câmera digital. Impressão de imagem digital a partir de dispositivo fotográfico, 18,5 x 54,5 cm. 2023.
Sobre a obra
O Projeto Asfixia do Sensível almeja através da imagem construir uma relação de construção e desconstrução do já visto ao menos como um assombro por futuros que não aconteceram. Penso em trazer no formato da fotografia o assombro que nos asfixia a partir de imagens como um ato de melancolia e angústia dentro de um realismo capitalista como já citado pelo crítico Mark Fischer.
O trabalho-imagem que busco promover retratará recortes de nossa cultura cotidiana em que o objetivo é a emancipação do olhar e tentar colocar em crise a imagem. Nesse sentido, usarei a fotografia como reinvenção do real, da obra, do espaço, da comunicação, da informação. Além do comunicável e o incomunicável que está entre as imagens-obras, viso despertar a atenção para imagens que servem como resistência. A imagem-obra produzida tem uma dimensão política que nos impede a acomodação ao que está posto. As fotografias retomam uma capacidade de melhor leitura do que podemos dizer e refletir com imagens. Talvez, de uma forma a enfrentar a asfixia do sensível, devemos imaginar um mundo que exija mais do nosso imaginário. Talvez devemos a partir da imagem recuperar um tempo em que todas as informações não estejam divulgadas, ofertadas. Que a invenção do imaginário pela fotografia possa restabelecer um espaço novo de atenção. Quiçá, um novo lugar ao não exibido, ao não descrito, não facilitado.
Ambiciono com a produção dessas imagens fotográficas suturar a ferida aberta entre nós e o trivial ao que o olhar hoje se submete. Não há a leveza da dúvida, não temos a promessa do imponderável. As imagens entregam tudo e todos, as imagens são descartáveis e não deixam mais marcas. O trabalho ousa a criação das imagens fantasmagóricas que surpreendam por estar fora da rota, do usual, do fácil de ser observado. Aqui cabe lembrar Jonathan Crary e as suas técnicas do observador. O atual projeto vislumbra apontar a crise da imagem através da inutilidade da imagem que nos assola. Tudo é imagem. Toda a imagem é vendável. Toda a imagem é capital. O que nos basta perguntar é o sentido e lugar da imagem que faz pensar, que não se explica, que não tem um fim utilitarista?
A realização dessas imagens é um esforço em parar meu tempo para pensar a importância de produzir imagens que retenham a atenção e memória como um ato de resistência a atual incapacidade de leitura de imagens imposta pelo consumo, pelo capital. Empenho-me em lentificar o tempo e “aterrar”, termo e conceito usado por Bruno Latour no sentido de pousar em terra, repensar, mudar a direção do pensamento. Aspiro que as imagens geradas no projeto Asfixia do Sensível, a partir das suas zonas de indeterminação, apresentem brechas visíveis e percebíveis para a discussão e debate.
Alessandro Varela dos Santos é artista visual é Doutor em Educação, Mestre em Educação. Tem graduação em História, Sociologia e Filosofia. Exerce a função de professor em escola pública e privada. O artista não tem nenhuma exposição, nem prêmios. O objetivo de seu trabalho é sempre aproximar a escola do museu e o repertório cultural como emancipação dos estudantes dentro e fora do espaço escola.
@alessandrovarela1313