Fragmentado 5. Negativos antigos, fita de cetim. Aprox. 22 x 20 cm. 2022.
Fragmentado 7. Negativos antigos, fita de cetim. Aprox. 23 x 35 cm. 2023.
Fragmentado 11. Negativos antigos, fita de cetim. Aproximadamente 25 x 10 cm. 2023.
Fragmentado 14. Negativos antigos, fita de cetim. Aprox. 20 x 30 cm. 2023.
Fragmentado 15. Negativos antigos, fita de cetim. Aprox. 25 x 28 cm. 2023.
Sobre as obras
A pesquisa visual de Luiz Sisinno vem orbitando ao redor das suas memórias, vínculos familiares, coleções e arquivos pessoais em uma espécie de conversa com seus antepassados. Nesta série, Fragmentado, o artista revolve negativos herdados de seus pais e de parentes mais distantes, os recompondo em novos “álbuns de família”. No embate com essas matrizes fotográficas, por anos esquecidas em caixas e gavetas, Sisinno envereda por mais uma trilha – ou aventura, como se refere Barthes –, perturbando o congelamento do tempo e animando a memória por meio da sua imaginação.
De sub-produtos da fotografia analógica, os negativos passam a ser matéria do trabalho, ganham status de objeto-fim, em peças construídas com o entrelaçamento de fitas pretas de cetim. A solenidade da cor preta adorna aspecto lúgubre nas peças, tanto pelo efeito fantasmagórico que a inversão dos negativos ocasiona, quanto pelo aspecto frágil das obras: se em alguns negativos o instante ainda se mantém acessível, noutros as imagens já se apagaram, emulando, na matéria, a debilidade das lembranças.
A precariedade das composições e das suas muitas imagens – oníricas, mentais ou fotográficas – nos alertam para a falibilidade do artista – e de qualquer um de nós – na tarefa de constituir um corpo substantivo da memória. No vasculhar de arquivos, nos recortes e reagrupamentos, Sisinno trava a busca pelo impossível, forjando, com a luz débil que atravessa suas composições, poéticos lampejos do passado.
Alguns objetos da série Fragmentado participaram do Salão de Artes Visuais de Vinhedo 2022 e da Mostra Abre Alas 18 da galeria A Gentil Carioca RJ/ SP.
Luiz Sisinno (Niterói - RJ, 1972) é Artista Visual que vive e trabalha em Niterói. Combina algumas técnicas e práticas artísticas como colagem, desenho, pintura, fotografia e objeto. Sua pesquisa artística passa por questões de identidade, gênero, infância e memória. Busca uma poética onde fantasiar e fetichizar o indivíduo são formas de se expor, além de meios de acessar memórias de infância e se insurgir. Sua individual Amores Instantâneos esteve no Centro Cultural Justiça Federal (RJ) em 2018. Em 2023 integrou a coletiva Abre Alas 18 da galeria A Gentil Carioca (RJ/ SP) e a mostra Lampejos na Escuridão no 12º Festival de Fotografia de Tiradentes. Bacharel em Comunicação Social – Cinema pela UFF e Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ.
@luizsisinno