UM RETRATO DE QUARENTA E SEIS
Um sonho a preto e branco
Uma vida carregada de incertezas
Uma história contada pelo vento
O desejo retorquiu em meio a uma retórica distorcida
Escrevia as mesmas cantigas da Sofia baladeira
Naquele retrato de quarenta e seis
Resquícios de uma caminhada sórdida
Minha solidão de Pompéia à esquecida,
De beiral enxugando a mesma lágrima
No canto direito, a jóia que virou sal
Tríades melancólicas formavam um castiçal
Naquele rosto que rogava por comiseração
De acções mal dispostas tanta atenção!
Me tomava uma crônica de supérflua ereção
Uma novela a cor dos anjos e trágico final
Um mar de insalubres desilusões
Uma vida cheia de imperfeições
Em mim a desconhecida
Lido diante dos meus olhos
Hinos de São Lourenço à falhos
Aliás, as sei de cor
Da santa talvez!
É uma voz de tenor
Num retrato de quarenta e seis
Um roteiro uma vida cheia de imperfeições
Um mar de insalubres desilusões
O desejo retorquiu em meio a uma retórica distorcida
Da santa talvez!
Mas é um retrato de quarenta e seis.
Mesmas cantigas da Sofia baladeira
Naquele retrato de quarenta e seis.
Eu sou Inocêncio Júlio Jacenau, desde criança eu sempre gostei de literatura em língua portuguesa. Costumo dizer que às vezes é o azul e outras vezes é o branco, essa é a forma que eu decidi encarar a vida. Escrevendo eu me perco e me encontro.
@ijacenau