I
desejar a tua pele
a derradeira linha que me impede Abismos
quando me deixa rastros
e intercede pra que a minha alma
(essa alma que transita incerta em Tudo)
encontre o pó.
II
desejar ser pedra e flor
e ainda respirar como se pudesse
esvaziar o sentido de ser flor
e de ser pedra.
desejar ser mar e Lua
para dançar desatinada e só
então tornar qualquer noite deusa
e acordar convertida em pássaro.
III
e tanto que procuro
a alma que escorrega
translúcida
atada às linhas invisíveis
que eu costuro
E tanto que desejo
o corpo que anoitece inquieto
tecendo ausências
nos fios
que não vejo