das pedras que me foram arremessadas
fiz atrito, faísca
acendi fogueiras
margeando a escuridão
encontrei no seu olhar tão surpreso
uma chama, um motivo
pra resgatar na trincheira
uma luz, a imensidão
de acreditar na palavra
como uma ruga
extensão da memória de minha mão
a estratégia das entrelinhas
fisga o tempo e o vento
o segredo da eternidade
é iluminar a escuridão
***
um poema não tem
medo de nada
tropeça, engasga
leva no peito
coragem abestada
encruzilhada
arreda na palavra
toda vez
que a história
se acovarda
***
afio a palavra
na navalha
como quem
desliza sua fé
sem nada, nada.
isso de afogar
o sentido
que ainda falta
mergulha fundo,
tudo.
Adna Rahmeier escreve há 25 anos. É de Foz do Iguaçu-PR. Mãe solo de Maria Rosa. Formada em Psicologia. A partir de seu ateliê atua como artista há 8 anos. Tem 4 poemas publicados em coletâneas. Participa de eventos culturais, dá oficina de poesia, revisora de textos freelance, entre outros. A palavra é sua maior aliada e seu maior desafio. A escrita é a sua salvação.
@adna.rahmeier