De escarpim escarlate escarpa escalo escorada no escuro escaneio escumas chamas escarro escorro cores de carpa na pele escarificada escunas escrachadas escoltadas por escafandros de estuque escusa-se deles com escopos escarnecentes
Escouchada escrapeteada escudeirática escorvinho escotes contra escrotos escravocratas escorpiões escaravelhos escutígeras se escondem sem escorjo na escoliose escojuntada escomunal esconjuro com esquetes esse mundo escasso de escolhas escadas escapistas pra outras pistas vistas esquinas
Escapulário de escorlo esquisito eis que visto ex vistas escapam por estampidos só por estetoscópio escutados e estampas de escabioses escoam das escafoides esculpindo estrofes nas esquifes que me atingem: sou Esfinge: decifro escrutínios devoro estranhas estrelas estremecentes
Meu escrúpulo minha escritura meu espelho:monstro esquartejando esquemas estabelecidos escolásticos estagnados
És com ombros dados que dos escombros me abro
Ex hombre hecatombe da home language do homo sapiens de Estado
Ex tá feio ex tá perto ex tapeio estapeio com burlesco seco palavra-escopeta-escotilha manuseio
Eis que tá lógica ex cata essa lógica ex cá tá o logos eis cá todo dia essa letra fria escatológica sou significante escleroso gramática escato esclarecimento em escleradenite desato
Escangalhada escarmentada escarno ás que aros calo no fonologocentrismo autoritário
Eis que luzidia escancarada escaramuça em escarcéu anuncio:escarpelar escavar escarrinhar a norma da língua rumo a comum escotopia
Escoimada escódica escólia escrevo escovo escuto língua história à contrapelo: meu escalpelo
Escritoreca escrevinhadora escriba bartlebyana escruciante eis grita ex crível ex cripta a escrita
Estrepto vocabulário no espaço estriado corpo estrelário estrênuo estrepita estreiteza estremadura
Extremada dura extrema andadura és trem para lua meu nome é escândalo és sândalo sou vândala cântaro estricnina onde se estremece perde estribeiras estremunhamento coletivo a estrelajar este ao lado eis me ao lado és meu lado estrepitoso estremado estrelado expansivo ex passivo és Pan crivo
Expiro eis piro és pira ao lado:
Espiralados
Eis alados
Pelas vísceras vi serás vi ser eras vi ser ais vi ser Hades vi ser ares vi ser asco vi ser viço vi serviço brabo delegado ao delgado dor do mundo digeri insone hecatombes no duodeno exasperos no jujeno sistemáticas partidas no ídeo
No metabólitos vi vicejar mortos elos paralelos vir-a-ser viés victo cinema livre de Vigo valas arqueas protistas proezas primeira da vida pelas vísceras viscosas vi vis coisas vi viscos vivificando células vicissitudes fuga vertigem queda solidão irremediável nas vísceras vícios vigor vínculos viabilizo
Meu idiossincrático onde sempre caio mas também onde metabolizo defeco subjetivo tudo incorporo viro vibro viralizo
Tripas trip ás trip asas tri ip ip ip hurra tripas urram em bad trips trituram semblante avante fronte atrás do nome become sensorial dejeto tri paz pus tripas trago trapos triquinos trilhos
Intestino meu tino in to The timbre tinindo inté destino in the spirit
Entranhas ranham ranhos estranhos tudo engolem revolvem angústias glicoses recalques absorvem microbiótica intestinal não para menosprezados abraça duro trabalha vida própria tem entranhas nervosas adentram cascas mastigam compulsivas matéria pesada tentaculares me arrastam pés do solo afastam pra me ancorar mais mais me entupo como como de iguarias à comida vencida plastificada de pimenta ardência máxima à crueza sanguinária meu ventre é um monstro agressivo minhas vísceras são criaturas de incontida fúria: Pitonisas não ouvidas obrigadas a dançar em harém como odaliscas Medusas obtusas serpenteando petrificadas fugas em caverna de carne que não acreditam ser segura Erínias famintas de noite e justiça ancestral alimentando ódio a todo tribunal como o organismo que desestabilizo devorando incessante o que deixam pelos cantos soslaio de lábios tripas nas vistas vi serás por trás vi nascer vir-a-ser no antes assimilo torno meu semelhante o mais distante num instante
Glicação imperiosa voraz digere compotas de inauditos sibilos na madrugada há séculos apunhalada pela frase proferida com pompa na cátedra a conserva de apodrecidos jacintos oníricos nos jardins esquecidos nas mãos dos que procuram nutrientes no lixo
Minha capacidade digestiva é de outras vidas é feita de antigos regurgitos de estômagos fartos e vazios de escombros milenares de papilas gustativas de seres perdidos na escala evolutiva tudo suporta tudo capta colérica calórica cálida calica:
Minhas tripas são de aço: meu superpoder e ponto fraco
Stella Prata. Sou atriz escritora educadora performer. Mas não me defino. Das representações escapo. Palcos vazios e telas brancas só são atravessados para que em outrem me desfaça. Estreei com Zé Celso trabalhei por anos com Antunes Filho que me levou ao Círculo de Dramaturgia. Fui da primeira turma do CLIPE Casa das Rosas. Gosto de escrever sobretudo ensaios poéticos, poemas ensaísticos e outros híbridos.
@Stella_Prata