debaixo da minha cama
Debaixo da minha cama
Tem um monstro
Eu sei, mas não demonstro
Ele tem uma certa fama
Quando fecho os olhos
Sei que suas garras
Fazem sombra sobre meu rosto,
No escuro não é exposto
É como um estado
De espírito
Há um invisível atrito
Um mal psíquico
Atinge-me emudecido
E eu intocada
Isso me torna ansiosa,
Quando todos descansam.
Na quietude do luar
Qual coisa é mais fantasiosa?
Essa paz ilusória,
Essa guerra incorpórea,
Para minha desventura
Mesmo na quietude,
Na doçura dos sorrisos,
Nos braços de abrigo,
A paz é para sempre
Insegura e frágil.
Mas a guerra incorpórea
É para sempre
Inviolada e sossegada.
E eu luto contra algo
Sem forma,
Abstrato e oculto.
Por isso, imploro
Para que saia
De debaixo da minha cama,
Reapareça como chama
Da psique dentro de mim.
É mais justo e honesto assim.
Carioca, Isabela acha o Rio o lugar mais inspirador do mundo pelo caos e a beleza coexistirem. Pensou em trabalhar com a escrita pela primeira vez quando terminou de escrever uma música trancada numa cabine de banheiro na escola no sétimo ano. Na pandemia, com dezesseis, escreveu seu primeiro livro de poesia primavera latina com 48 poemas, hoje conta com três, que somados dão mais de 100.