Ademaro de Lamare Neto

Superstições

Superstição é a crença em presságios ou sinais, originada por acontecimentos ou coincidências fortuitas. Definição que obtive em minuciosa pesquisa no Google. Aliás, é o que faço quando o assunto não é do meu domínio. Isto é, sempre. É a garantia de que meus escritos, pelo menos, terão algum pedigree. 

Para pessoas esclarecidas a superstição é inadmissível. Todavia, é de bom alvitre que se tenha certos cuidados. Medidas preventivas são práticas usuais que norteiam minha vida. 

O marrom, por exemplo, evito a qualquer custo. Como todos sabem ele dá muito aza.... Palavra que me recuso a escrever. Esta cor terrível só traz mal agouro. Definitivamente, não faz parte da minha vida. Até mesmo quando vou ao banheiro para fazer as minhas necessidades fisiológicas, ou mais especificamente o “número 2”, tomo algumas precauções. Após o ato, jamais olho para o fundo do vaso sanitário para ver o resultado obtido.

Outro cuidado essencial de que não abro mão se refere aos jogos do Flamengo no Maracanã. Só os assisto com a mesma camisa há mais de sessenta anos. Detalhe importante é que ela não seja nunca lavada. O fato de se abrir sempre um clarão na arquibancada ao meu redor, desconheço o motivo, não incomoda. Pelo contrário, me proporciona mais conforto, sem a presença inconveniente de algum pé frio por perto.

Mas a maior de todas as providências salva-guardadoras que costumo tomar é só pisar no avião com o pé direito. Esta é a razão de nunca ter sofrido um acidente aéreo. Muito mais importante do que confiar na perícia do piloto e no humor do tempo. Ou neste tal de cinto de segurança, cuja eficácia, aliás, é  motivo de muitas controvérsias. 

Existe mais uma meia dúzia de outras medidas semelhantes das quais não abro mão. Isto tem garantido me manter vivo até hoje. E, assim será até que minha  estratégia de sobrevivência já não for suficiente para nesta dimensão permanecer. Como se costuma dizer, um homem prevenido vale por dois.