Segura Minha Mão. Impressão mineral sobre papel algodão. 75 x 55 cm. 2021.
Ninguém Podia Saber. Impressão mineral sobre papel algodão. 42 x 75 cm. 2021.
Acabei Sendo Um Nome. Impressão mineral sobre papel algodão. 75 x 40 cm. 2021.
Achei Que Era Uma Fase. Impressão mineral sobre papel algodão. 42 x 75 cm. 2021.
Labirinto de Dúvidas. Impressão mineral sobre papel algodão. 75 x 51 cm. 2021.
Sobre as obras
As cinco fotografias enviadas integram a série de oito fotografias intitulada Jogo de Espelhos, na qual fabulo uma conversa impossível, através dos espelhos, com um tio-avô̂ que faleceu quando eu ainda era criança. O interesse despertado pela figura misteriosa desse tio-avô̂ é o ponto de partida para pensar as causas do apagamento de um possível “espelho”. Em minha casa contavam-se muitas histórias dos familiares; do meu tio-avô̂, no entanto, pouco soube, apenas que jovem queria ser padre, mas a morte do pai o forcou a assumir o negócio da família e abandonar o seminário. Muito religioso, não casou e nem teve filhos. Fim da história. Havia um contraste entre a riqueza de informações sobre os demais familiares e a escassez sobre a figura do meu tio-avô̂. Adulto, acessando fotografias, cartas e documentos, encontrei pistas de sua biografia em pequenos escritos, para além do trabalho e da igreja. Descobri que era amigo de artistas, gostava de jogar cartas e viajar. Revolvendo a memória de uma prima idosa, a mesma recordou que ele era afeminado, mas muito discreto. A provável orientação sexual de meu tio-avô̂ me fez imaginar que a ocultação de sua vida foi uma escolha familiar. Teriam me negado um “espelho”? Ao renegociar com memórias, jogando uma luz sobre fatos do passado, me permito fabular uma comunicação e uma história com esse “familiar”, para além daquilo que me foi contado.
Luiz Sisinno (Niterói - RJ, 1972) é Artista Visual que vive e trabalha em Niterói. Combina algumas técnicas e práticas artísticas como colagem, desenho, pintura, fotografia e objeto. Sua pesquisa artística passa por questões de identidade, gênero, infância e memória. Busca uma poética onde fantasiar e fetichizar o indivíduo são formas de se expor, além de meios de acessar memórias de infância e se insurgir. Sua individual Amores Instantâneos esteve no Centro Cultural Justiça Federal (RJ) em 2018. Em 2023 integrou a coletiva Abre Alas 18 da galeria A Gentil Carioca (RJ/ SP) e a mostra Lampejos na Escuridão no 12º Festival de Fotografia de Tiradentes. Bacharel em Comunicação Social – Cinema pela UFF e Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ.
@luizsisinno