por
mais
rai-
nha
que
tu
se-
ja,
fiz um L e comi você.
monarca
branco
(cujos museus exibem
estátuas
pretas)
onde diabos foi parar
a sua cabeça?
entre uma vitória e outra
elas tomam chá em xícaras
miúdas, antigas, as últimas
uma tem manchas nas mãos
a outra tem unhas sem tinta
tomam chá entre as partidas
torres, bispos, reis, rainhas
esperam.
entre peças de poder
nobreza, clero, equinos
há peões franzinos
uma casa de cada vez
ou duas, dentro da lei
assam bispos
tomam torres
vejam só:
derrubam o _ _ _.
poemas enxadristas
de quem aprendeu xadrez
como Lima, javanês.
Ana Ladeira abraça o susto, a comicidade, a hesitação, os disparates. Autora de Cai na prova? (Urutau, 2022). Coautora de Desobediências miúdas (Primavera, 2023), Erótica: versos lésbicos (Tucum, 2022), Margens da Pandemia (Devires, 2021) e outros mais. Publicou em revistas e seu poema Menine recebeu menção honrosa no Concurso Literário Rio de Cores. Doutoranda em Educação na UERJ, bolsista CAPES.
@anapoetaladeira