Como calçadas,
No almoço e no jantar,
Para sentir um breve vento na cara
E apaziguar
O calor do concreto
Que frita meu calcanhar.
Corro corro.
Sem parar.
Tenho pressa de chegar.
O fraco sol de Praga
Não me basta!
Nasci na terra
Onde as pessoas
Tem o sol na cara.
Quero queimar!!
Quero a indiferença dos transeuntes
Que tecem um sorriso carinhoso ao encarar o chão.
Grito por socorro
Para atormentar os muros atentos.
Despreocupados,
Eles se importam em me ignorar.
Quero gritar
E poluir a cidade
Com o meu triste cantar.
(2022)