Comecemos, então, pelo final:
"Um feliz fim", escrevo.
Passo a borracha sobre o meio,
arranco as páginas do prólogo,
rasuro o epílogo,
e deixamos o livro assim -
a capa e o fim.
Sem dedicatórias
gravadas na eternidade.
Afinal "pra sempre"
é tempo demais, excessivo,
Já "nunca" é um tempo
por demais implosivo.
O meio termo,
tristemente impreciso -
vagando entre o impossível
e o desprezível.
Dispensemos, então, aspas,
vírgulas, normas e regrinhas…
Com as páginas vazias parecerá até
que não é possível
ler entrelinhas.