tão só
sem sol
sólido espectro
intransponível
transfigurado
trancafiado
no sótão
com seus
segredos
sórdidos
soldados
em seus ossos
sob o solstício
do inferno
Não escreverei aqui hoje
Sobre a vida ou sobre vidas
Quero sentir o sabor
Silencioso da carne
Deglutir a própria boca
Experimentar as palavras
Indizíveis perdidas dentro
Quero livrar-me
Do homem que me possuiu
Por toda minha estadia
Somente afinidades
Destrutivas nos uniu
Quero afundar em mim
Mergulhar em qualquer
Coisa inexistente
Sugado pelo peso
Daquilo que sobrou
Do corpo inabitado
Satisfeito em ser
Devorado devagar
Incansavelmente
Onde ainda insisto
Em permanecer
E quando não restar
Mais nada a oferecer
Quero entregar-me
No solo infértil
Do gozo eterno