A palavra
exige algo escondido
- oculto -
no centro da caixa torácica,
sob os vales das costelas,
entre o caminho
entre esôfago
e pulmões.
Lá guardo meu mapa-mundi,
viagens feitas
e não feitas.
Amores feitos
e não feitos;
Imperfeitos.
A palavra
exige entrega.
Tinta.
Sangue.
Suor.
A palavra exigente berra:
“Fogo!”
E eu me queimo.
Você dobrou os mapas,
riscou os trópicos,
marcou com um ponto
o pico mais alto do Caburaí ao Chuí.
Mesmo assim a distância
era quase palpável
entre nós dois
lado a lado.