"O Ser Sufocado em Seu Lar" foi produzida em 2020, com técnica de desenho a lápis de cor. Os materiais utilizados foram folha de papel A4 de gramatura 180 g/m², borracha, tinta de tecido e lápis de cor, hidrocor e grafite. A obra tem dimensões 14,5 x 16 cm.
"Corações Ardentes" foi produzida em 2019, com técnica de desenho a lápis de cor. Os materiais utilizados foram folha de papel A4 de gramatura 180 g/m², borracha e lápis de cor, hidrocor e grafite. A obra tem dimensões 23,5 x 21 cm.
"A Mulher Saindo de Seu Casulo" foi produzida em 2019, com técnica de desenho a lápis de cor. Os materiais utilizados foram folha de papel A4 de gramatura 180 g/m², borracha e lápis de cor, hidrocor e grafite. A obra tem dimensões 21 x 29 cm.
"Pandemia" foi produzida em 2020, com técnica de desenho a lápis de cor. Os materiais utilizados foram folha de papel ofício A4 de gramatura 75 g/m², borracha e lápis de cor, hidrocor e grafite. A obra tem dimensões 21 x 14 cm.
"Lágrimas" foi produzida em 2020, com técnica de desenho a lápis de cor. Os materiais utilizados foram folha de papel A4 de gramatura 180 g/m², borracha, tinta de tecido e lápis de cor, hidrocor e grafite. A obra tem dimensões 21 x 29 cm.
Sobre as obras
A obra "Corações Ardentes" retrata as sensações de uma paixão correspondida. O tocar no coração é o permitir-se amar e ser amado por alguém, cujas veias ligadas fazem alusão a conexão e reciprocidade de tal relação. As borboletas são aquele nervosismo e ansiedade ao estar diante da pessoa amada, o famoso borboletas no estômago. As rosas nas partes íntimas destacam que a relação sexual dentro de um relacionamento amoroso é uma parte bela e sensível, como uma flor.
A obra "O Ser Sufocado em Seu Lar" representa a realidade de algumas pessoas que sentem que o seu jeito de ser, seus pensamentos, opiniões, personalidade, sonhos e anseios são grandes demais para caberem dentro do lugar em que se vive. O cacto, a cruz, os galhos secos e o crânio de animal são elementos do dia a dia do autor, que mora no interior da Paraíba, que compartilha desse sentimento. O coração grande e as lágrimas exprimem esse anseio de novos ares que as vezes o sufoca, um anseio por liberdade. Liberdade esta que é experimentada pelo passarinho amarelo.
A obra "A Mulher Saindo de Seu Casulo" mostra o ato de liberdade e audácia de pessoas trans que, por conta de uma sociedade preconceituosa, ou mesmo por dilemas internos próprios, acabam retraindo o seu eu, mas que conseguem com muita luta vencer tais empecilhos e tomar posse de si mesmo, expondo suas asas, o seu eu verdadeiro. As cores do casulo são as cores presentes na bandeira trans.
A obra "Pandemia" foi inspirada em um texto de Túlio Maranhão, intitulado "A Dança da Morte", presente no livro "Da Flama do Toque à Fleuma da Solidão". O formato do desenho é baseada na pintura “Mapa do Inferno”, de Sandro Botticelli, que por sua vez ilustra o Inferno idealizado por Dante Alighieri, em seu poema "A Divina Comédia". Na obra, Dante descreve o Inferno em nove círculos, cada qual destinado para um tipo específico de pecado, com castigos próprios. O desenho então retrata o caos da Pandemia de Covid-19, em 2020, através de círculos do Inferno. O primeiro círculo representa a negligência de muitos governantes da época diante da turbulenta situação. O segundo círculo, representa todo o caos de morte e doença provocada pelo vírus. As máscaras usadas pelos profissionais da saúde, assim como pelas pessoas de bom senso, simbolizam aquilo que a máscara a esquerda representava na época da Peste Negra: dor, misturada com um lampejo de esperança. O terceiro círculo trata do distanciamento social, das novas relações mediadas pela tecnologia. No quarto e último círculo, pelo menos idealizado pelo autor, estão as relações de amor em meio a tormenta.
A obra "Lágrimas" reflete sobre a dualidade de visões que podemos ter diante do choro. Se por um lado ele pode ser um indicativo de algo negativo, como uma dor ou sentimento de tristeza, ele também pode ser encarado como algo positivo no sentido de expurgar aquilo que é de mal, como se as lágrimas exorcizassem os demônios que nos afligem.
Mateus Medeiros Gualberto é professor de matemática e artista visual natural de Malta, na Paraíba. Além de exercer a docência em matemática, já trabalhou como ilustrador nos livros “Da Flama do Toque à Fleuma da Solidão”, de Túlio Maranhão, e “Pedro e o Leão”, de João Miguel Marques. Também expos alguns de seus desenhos durante a VI Semana Cultural IFPB Campus Patos, em Patos, PB.
@mateus.gualberto08