quando os pensamentos se enredam,
e a esperança parece sumir,
você deseja morrer.
quando o grito de exaustão explode,
quando as lágrimas escorrem sem fim,
e tudo parece desvanecer,
algo dentro de você grita,
então você respira.
e respira,
e respira,
e desperta.
você sente,
você anseia,
você quer,
a vida.
apenas está cansada de ver-se triste,
mas tristeza também tem o poder de despertar os sentidos,
lembrando-te do que realmente vale a pena lutar.
Uma pausa para gritar.
antes dos vinte anos, muitos opinam sobre como devemos viver,
sempre tentam nos ditar,
regram como devemos nos portar,
o que sonhar.
depois dos vinte anos,
é o tempo de nos libertar.
por isso, é preciso estar só aos vinte,
para saber onde nos caber,
para aprender a respirar e inspirar,
e então, com coragem, saltar.
Você precisa estar só aos vinte anos.
no mundo dos sonhos, onde você adormece,
tempo e espaço se entrelaçam em devaneio,
barreiras que limitam, nelas você se desfaz,
transportado ao universo do teu anseio.
e você troca de pele,
vive vidas que nunca serão suas,
sente dores que seu corpo não revela,
saboreia prazeres sem toque.
livre, você alcança voo, vive,
mesmo que tudo seja limitado inconsciente.
O que fica nos teus devaneios.
livre dos olhares e julgamentos alheios,
viverias cada instante, sem medos ou receios.
sem a pressão de aproveitar cada segundo,
a vida seria mágica, em um eterno segundo.
teus desejos se realizariam, sem restrições,
sem a necessidade de ocultá-los, sem ilusões.
serias a verdadeira expressão do teu ser,
sem camuflar quem és, sem te esconder.
não serias o que esperam, nem o que construíste,
serias pura e leve, como um pássaro a sorrir.
ser tu mesma, sem fronteiras ou limitações,
seria a mais doce das libertações.
no entanto, agora é preciso acordar,
pois seres tu,
ficará sendo apenas um sonho,
e na realidade, nunca aprendeste a voar.
Sonhar.
no impasse entre o passado e o presente,
na encruzilhada de um destino a escolher,
você se viu imóvel,
indecisa
e ausente,
escrevendo uma história em que insistiu em viver,
enganou-se ao pensar que a vida era um doce poema,
mas se acostumou a romantizar o que mais pareceu um conto de terror,
agora, percebe que deve fazer uma escolha,
e suplica para o futuro deixar de ser tão assustador.
(Re)começar.
Nascida em uma pequena cidade no nordeste do interior do Ceará, Karla Andressa desde cedo alimentou uma paixão intensa pelas palavras e pelo vasto mundo da literatura. Desde os primeiros raios de sol de sua infância, quando a solidão a envolvia e a sua imaginação a abraçava, levando-a a buscar refúgio nos livros, encontrou um universo repleto de possibilidades. Mesmo diante das limitações impostas por sua condição, sendo filha de um pedreiro e uma dona de casa, que não entendiam o porquê dela querer apenas presentes como cadernos e livros, ela jamais cessou de acreditar no poder transformador da escrita
@akakarlinha