O que há de haver agora em mim que não existiu antes?
Se a vida é uma mudança, constante.
Entendo que o que há já era de se esperar.
Já que quando atirei a pedra hoje,
Exu também estava lá.
La no ontem, bem antes de mim.
Quando nada além da dor era incessante e a vida angustiante.
O pássaro que voava caiu.
Porque a pedra de hoje chegou.
Gritaram-me:
“QUEM COME QUIABO NÃO PEGA FEITIÇO!”
Pensei, que feitiço?
Cortei batido,
que afaste o mau pensamento.
Cortei em lasca,
que retire o medo que me deixa paralisada.
Cortei em rodela,
que da minha palavra eu seja
sentinela.
Preparei meu Amalá para o meu mal combater,
percebi que fui eu mesmo que gritara, e que por vezes
o feitiço era eu que jogava.
Entendi Xangô!
Os dias que me faltar a fé em mim e no senhor
antes de me proteger,
derrube essa pedreira
para que eu possa renascer.
Milena Souza, 23 anos, artista do RJ. Apaixonada por arte e tem uma conexão profunda com a poesia. Com formação na área de tecnologia, Milena busca unir criatividade e inovação, almejando um resgate ancestral ao trazer a sabedoria do passado para dialogar com a contemporaneidade. Sua abordagem reflete a crença na força das palavras como meio de transmitir mensagens transformadoras.
@miilena__s