na lida, habitua-se o homem a lograr a espera
facetar o caminho
arregaçar as vestes
molhar curto os pés
na ladeira, que corre mansa
na terra, em grãos
estralando
no passo maneiro
que sussurra floreios de uma estrada quase gente
gloriosa
curtida no lombo das mulheres que embebiam de suor o chão, destino dos homens
os que se agarravam à pele, pano e uns assovios, emendados num refrão só.
aquele que, ontem, cantado inteiro
ressoava nas pedras, batidas
bentas, de água, sabão e cadência.
Nayara Oliveira, 26 anos, cria do Norte de Minas, de Nova Matrona é atriz, escritora, Psicóloga e se aventura no universo do cinema como diretora, produtora e roteirista. Atualmente participa do coletivo de escritoras Escreviventes e coletivo Margem e mantém um trabalho de escrita na página @poucoretilinea onde também se dedica a divulgar seu trabalho como atriz. Escreveu e dirigiu o espetáculo O que andam lhe vendendo como amor em 2019. Escreveu e dirigiu o curta A vaidade da boca em 2020. Escreveu e dirigiu o espetáculo Tudo aquilo que eu queria dizer em 2021. Recebeu em 2022, por Anáfora, Menção Honrosa no 7º BDMG Cultural.
@oliviernayara